Sistema de monitoramento ajuda a registrar novas espécies de anfíbios e répteis que encontram condições favoráveis nas áreas de floresta da empresa

Serpente Muçurana (Mussurana montana)


Sapinho-verrugoso (Holoaden luederwaldti),
Fotos: Guilherme Cavicchioli
São Paulo, 5 de junho de 2024 – No Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6), a Melhoramentos – companhia de capital aberto que controla empresas dos setores editorial, negócios de base florestal renovável e imobiliário – anuncia um incremento na riqueza de espécies da herptofauna (anfíbios e répteis), na sua unidade Fazenda Levantina, localizada em Camanducaia e Monte Verde (MG). Entre as espécies registradas nas áreas da empresa estão: o Sapinho-verrugoso (Holoaden luederwaldti), um sapinho raro, que mede de três a cinco centímetros de comprimento, que está há décadas sem registros e consta como “em perigo” na lista internacional de espécies ameaçadas de extinção; e a serpente Muçurana (Mussurana montana) ofiófaga, que se alimenta de outras serpentes, e de hábitos estritamente florestais.
Ao longo das campanhas de monitoramento de fauna, bem como fruto da parceria com instituições de pesquisa, a empresa já catalogou mais de 200 espécies, entre mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes nas suas três unidades. Também foram registradas 59 espécies pertencentes a 32 famílias botânicas, sendo três delas classificadas como vulneráveis, segundo o Ibama: Araucaria angustifólia Kuntze (Pinheiro Brasileiro), Melanoxylon brauna Schott (Brauna), Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer (canela-sassafrás).
A descoberta é fruto do monitoramento específico para a biodiversidade que a Melhoramentos desenvolve há 14 anos em suas florestas. Os dados obtidos por meio desses estudos servem de base para a caracterização da fauna e da flora existentes nas regiões das suas fazendas e das espécies encontradas, além de possibilitar uma análise das condições para a sua conservação.
Esse monitoramento já havia possibilitado à empresa, em 2022, o registro oficial do Muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), numa área de floresta nativa protegida pela empresa, na região de Camanducaia e Monte Verde, com novos registros da espécie em 2023. Trata-se do maior primata das Américas e endêmico da Mata Atlântica.
Estima-se que hoje a população existente seja de cerca de 1.300 indivíduos apenas, com menos de 500 adultos aptos à reprodução. Essa espécie está classificada como “Em Perigo (EN)” na lista brasileira de fauna ameaçada de extinção e, na lista global da International Union for Conservation of Nature (IUCN), está classificada como “Criticamente Ameaçada (CR)”.
Com planejamento trienal para fauna e quinquenal para flora, os monitoramentos são realizados por empresa especializada e mediante apresentação de relatórios técnicos que demonstram a condição ambiental dos fragmentos avaliados, bem como os possíveis impactos das operações florestais sobre a biodiversidade.
“O Dia Mundial do Meio Ambiente nos estimula a compartilhar os resultados dos nossos processos de monitoramento de uma rica fauna e flora existentes em nossas áreas. Encontramos o maior primata das Américas, que foi o macaco Muriqui-do-sul, raro e em risco de extinção, e seu oposto, um minúsculo sapinho de até 5 centímetros. Esse é o sinal mais evidente que comprova a importância da biodiversidade e a qualidade das nossas operações de manejo e preservação. Nossas áreas possuem uma infraestrutura consolidada, onde vivem espécies importantes para o equilíbrio do ecossistema da região”, destaca a diretora Jurídica, de Pessoas e Sustentabilidade da Melhoramentos, Karin Neves.
A Melhoramentos realiza uma série de ações para mitigar eventuais impactos que possam decorrer das operações. Entre elas:
- Procedimentos operacionais voltados à conservação da vegetação nativa e espécies da fauna;
- Monitoramentos periódicos de recursos hídricos, da fauna e da flora;
- Rondas diárias em todo o perímetro das fazendas, para coibir ações de caçadores e práticas ilegais no interior das unidades de manejo;
- Ações de conscientização ambiental com colaboradores e comunidades;
- Projeto de recuperação da flora e de áreas degradadas;
- Auditorias externas anuais da Forest Stewardship Council® (FSC®), sistema internacional de certificação florestal, quando todas as práticas de manejo são avaliadas.
“Para manter espécies como essas, a área tem que estar muito bem preservada. É preciso entender que cada animal tem uma função no ecossistema. Se a área não oferece condições para sua sobrevivência, a espécie pode ser extinta localmente e comprometer a permanência de outras espécies que dependem dela. Isso pode causar um desequilíbrio em todo o ecossistema. Esses resultados indicam o alto grau de preservação nas reservas da Melhoramentos e sua importância para a fauna da região, por isso é fundamental a sua preservação. O registro do macaco-muriqui, bem como dessas outras espécies citadas é um exemplo disso”, destaca Guilherme Cavicchioli, biólogo e coordenador de Fauna da Ambiens, empresa de soluções para a viabilização de Empreendimentos e Projetos Ambientais, parceira da Melhoramentos para o monitoramento e preservação das espécies encontradas nas áreas da empresa.
Com 133 anos de atuação, a Melhoramentos conta com 79 milhões de m2 de áreas de florestas dedicadas à preservação, o que representa cerca de 49% de suas áreas – incluindo a Reserva Particular do Patrimônio Natural RPPN Parque Levantina, com 23 milhões de m2 de Mata Atlântica. Também contabiliza 819 nascentes em suas áreas, todas monitoradas, catalogadas e preservadas.
Sobre a Melhoramentos
A Companhia Melhoramentos de São Paulo é uma companhia de capital aberto que atua, diretamente ou através de suas controladas, nos segmentos Editorial, Cultivo e Manejo de Florestas, fabricação de Fibras de Celulose de Alto Rendimento e Desenvolvimento Imobiliário.
A Melhoramentos se posiciona como agente de transformação no mundo, realizando, empreendendo e sendo protagonista do futuro em seus negócios. Segue comprometida com o desenvolvimento sustentável do País, agregando valor aos seus produtos, serviços e empreendimentos.
Fundada há mais de 130 anos, a Melhoramentos tem sua sede em São Paulo e unidades nas cidades de Camanducaia (MG), Bragança Paulista (SP), Caieiras (SP) e Cajamar (SP).
Para mais informações, acesse: www.melhoramentos.com.br
Informações à imprensa I Melhoramentos:
Pitchcom Comunicação
Daniela Penna I (11) 94145 6532 – daniela.penna@pitchcom.com.br
Andrea Cipriano | (11) 99151-2328 – andrea.cipriano@pitchcom.com.br
Saiba mais sobre outras espécies registradas nas áreas da Melhoramentos em 2023:
Jararaca (Bothrops jararaca)
Características: é uma das serpentes mais comuns do sudeste do Brasil. Uma característica típica dessa serpente é o seu policromatismo, padrão de cores varia de cobra para cobra, com tons marrons escuros ou claros, verdes, acinzentados ou amarelos. É confundida com outras serpentes inofensivas.
Habitat: com atividade noturna, é encontrada tanto em áreas preservadas como antropizadas (áreas cujas características originais foram alteradas quanto ao solo, vegetação, relevo etc.).
Alimentação: pequenos mamíferos, mas quando jovem ela costuma comer anfíbios, lagartos e lacraias. Por esse motivo, seu veneno muda de acordo com a idade: o dos juvenis tem maior ação anticoagulante, mas na fase adulta a ação inflamatória e local é mais intensa.
Curiosidade: de acordo com o Ministério da Saúde, o grupo das jararacas é o maior causador de acidentes com cobras no país, o que representa 69,3% das picadas registradas no Brasil em 2022, e é responsável por mais de 72% dos casos no estado de São Paulo, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Perereca-de-pijamas (Boana beckeri)
Características: relativamente pequena, aproximadamente 3 cm, coloração amarelada com listras amarronzadas dorsal. Alimentação: insetívora.
Habitat: muito comum em regiões montanhosas, a espécie é mais comumente encontrada em dias chuvosos, em áreas abertas, perto de pequenos charcos temporários ou córregos permanentes com vegetação marginal, e pequenos arbustos, e menos comumente em borda de mata.
Grau de ameaça: consta como “vulnerável” na lista estadual de animais ameaçados de extinção.
Reprodução: deposita seus ovos sob a serapilheira e eles têm desenvolvimento direto. Essa espécie, curiosamente, tem desenvolvimento direto, não passa pelo estágio larval, ou seja, de girino. O período reprodutivo acontece de outubro a abril, coloca de 36 até 41 ovos, uma vez por ano.
Grau de ameaça: consta como “em perigo” na lista internacional de espécies ameaçadas de extinção.
Curiosidades: espécie rara com baixo número de registros. A espécie estava desaparecida no Parque Nacional do Itatiaia desde 1957, mas apareceu no Parque Estadual de Campos do Jordão, em São Paulo, de 2005 a 2008.
Rãzinha-verrugosa-da-serra-de-Luederwaldti (Holoaden luederwaldti)

Exemplar de Holoaden luederwaldti encontrado no mês de dezembro 2019.
Rosana, como autora da foto, autorizo edição de imagem, caso queiram ajustar a luminosidade etc.
Características: é uma espécie considerada em risco de extinção na categoria brasileira da IUCN (EN) e internacionalmente não apresenta dados suficientes (DD). A espécie apresenta desenvolvimento direto, ou seja, sem estágio larval (girinos) e, as fêmeas depositam os ovos direto no solo e, aparentemente, o período reprodutivo
se dá nos meses de outubro a dezembro. Quase não se têm informações sobre a história natural dessa espécie e nenhum registro de seu canto encontra-se em domínio público. As fêmeas adultas podem chegar a 5 cm de comprimento.
Paratelmatobius mantiqueira
Fotos: Juan Díaz-Ricaurte
É endêmica da Serra da Mantiqueira. Pouco se sabe sobre sua história natural, apenas que as fêmeas costumam deixar ninhos de espuma em depressões rochosas com água, onde posteriormente os girinos irão se desenvolver. Os adultos transitam por essas áreas, de poças, rochas e riachos e uma característica marcante física da
espécie é a região ventral colorida e manchada, além de que não costuma passar de 3 cm de comprimento.
Sapo-de-chifres (Proceratophrys apendiculata)
Foto: Daniela Vasconcellos
Características: como as demais espécies do gênero possuí longo apêndice palpebrais, denotando o seu nome-popular ‘sapo-de-chifres’. Também se destaca por uma cabeça larga, corpo robusto e com muitas verrugas e apresenta uma coloração amarronzada que o permite se camuflar facilmente no chão das florestas. A espécie ocorre nas florestas de encosta nas vertentes das Serras do Mar e Mantiqueira, nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, sempre próximo a corpos d’água.
Perereca-do-bambuzal (Aplastodiscus perviridis)
Características: espécie de tamanho médio. Os machos medem entre 3,9 e 4,6 cm, e fêmeas entre 4,3 e 4,7 cm. É uma perereca de corpo robusto, que apresenta coloração dorsal verde-claro, verde-escuro ou verde-amarelado, com pequenos pontos escuros distribuídos em todo o dorso. O ventre é branco esverdeado. Apresenta íris notoriamente coloridas de vermelho, com uma faixa superior branca e uma estreita borda azul. O tímpano é pouco evidente. Possui discos adesivos estreitos, que lembram unhas. Membranas interdigitais pouco desenvolvidas.